A internet está prestes a viver uma transformação radical: as interações deixarão de ser dominadas por pessoas e passarão a ocorrer majoritariamente entre bots e agentes de inteligência artificial, conforme relatório da Axios. O que antes foi uma rede de comunicação entre indivíduos e, depois, um espaço mediado por aplicativos, tende agora a se tornar um ambiente em que máquinas negociam entre si.
No comércio eletrônico, essa mudança já começa a aparecer. Enquanto hoje o consumidor pesquisa e decide o que comprar, em breve os preços serão ajustados em microssegundos, variando conforme o perfil de cada cliente. A Delta Airlines, por exemplo, já testa sistemas de precificação por IA. Diante dessa complexidade, consumidores provavelmente terão de recorrer a seus próprios bots para negociar em seu lugar.
Esse tipo de disputa entre algoritmos, já comum no mercado financeiro e na cibersegurança, deve se expandir para áreas como processos seletivos, ensino, relacionamentos, atendimento e até pesquisas científicas. O resultado é um novo cenário digital em que a maior parte das decisões será tomada por inteligências artificiais, enquanto os humanos acompanham de fora.
Imagine a internet como uma grande conversa. Nos anos 1990, essa conversa era feita diretamente entre pessoas. Com o tempo, surgiram os aplicativos e passamos a falar cada vez mais com programas do que com outros indivíduos. Agora, estamos entrando em uma nova fase: os bots de inteligência artificial vão conversar uns com os outros, representando tanto empresas quanto consumidores.
No comércio online, por exemplo, você não vai mais procurar preços e decidir sozinho. Os valores mudarão o tempo todo, de acordo com o seu perfil, e será praticamente impossível entender todas as regras por trás disso. Por isso, muita gente terá um “bot pessoal” para negociar com o bot da loja.
Esse modelo já existe em alguns setores, como na bolsa de valores e na cibersegurança, onde algoritmos competem sem intervenção humana. A tendência é que esse tipo de disputa se espalhe para outras áreas do dia a dia, como procurar emprego, estudar, usar aplicativos de namoro ou até fazer pesquisas científicas.
Em resumo, caminhamos para uma internet em que as máquinas tomarão a maior parte das decisões, e os humanos participarão muito menos diretamente.
Fonte: Axios.com