A inteligência artificial já transformou a maneira como interagimos com a tecnologia, imitando a visão e a audição humanas. Agora, um avanço inovador está prestes a levar essa transformação ainda mais longe: a capacidade de dar aos computadores uma “aula” sobre cheiros. Conheça a Osmo, uma startup revolucionária em busca de digitalizar e revolucionar o olfato humano.
A Visão de Wiltschko: Entendendo o Olfato
Alex Wiltschko, CEO e cofundador da Osmo, está em uma jornada fascinante para decifrar um dos sentidos mais intrigantes do ser humano: o olfato. Em suas palavras, “o cheiro é uma poderosa sensação emocional, e ainda sabemos tão pouco sobre ele”. Com uma formação em neurociência pela Universidade de Michigan e um doutorado em neurociência olfativa pela Universidade de Harvard, Wiltschko dedicou sua carreira a estudar essa área fascinante.
Em 2017, após cinco anos como cientista de pesquisa no Google, ele lançou a Osmo como uma startup independente, com o propósito ousado de “melhorar a saúde e a felicidade humanas” por meio da digitalização do olfato.
O Que Há de Novo na Detecção de Cheiros?
A principal razão para dar computers a capacidade de “cheirar” é o potencial para ajudar profissionais de saúde a detectar doenças. Wiltschko argumenta que “o cheiro contém informações que podem ser usadas para diagnosticar doenças”. Apesar disso, os computadores ainda não conseguem interpretar essa linguagem complexa.
Além desse objetivo de longo prazo, a Osmo busca desenvolver moléculas aromáticas mais seguras e sustentáveis para produtos do dia a dia, desde perfumes até detergentes. A proposta é substituir ingredientes tóxicos por opções que não irritem a pele ou os olhos.
Como a AI da Osmo Funciona?
A jornada da Osmo começou com um projeto de pesquisa no Google, onde a equipe de Wiltschko desenvolveu um “mapa de odores principal”. Para isso, treinaram seu modelo de inteligência artificial com um vasto banco de dados composto por 5.000 moléculas aromáticas. Cada molécula foi classificada em categorias como floral, frutado ou mentolado. A análise dessas moléculas mostrou-se desafiadora, devido à complexidade de suas estruturas.
Um pequeno ajuste em uma molécula pode mudar completamente seu aroma, algo que a equipe conseguiu superar com o aprendizado de máquina. O modelo desenvolvido foi capaz de identificar padrões em diferentes moléculas, prevendo com precisão seus aromas a partir de suas estruturas.
Construindo um Modelo Único de AI
Embora os conhecidos modelos de linguagem possam ser treinados com dados disponíveis na internet, o mesmo não acontece quando se trata de aromas. Wiltschko e sua equipe perceberam que dependiam de dados próprios. Assim, dedicaram-se por um ano a colaborar com empresas do setor de fragrâncias para compilar informações. Ao final, construíram um novo tipo de banco de dados que identifica moléculas e descreve suas características olfativas.
Utilizando redes neurais gráficas (GNNs), a Osmo fez avanços significativos na compreensão das relações moleculares e na identificação dos aromas correspondentes.
Futuro Promissor: Teleportando Aromas
Os planos da Osmo são audaciosos. O objetivo é usar a tecnologia para “teletransportar” aromas, permitindo que um cheiro digitalizado em um local seja recriado em outro, com precisão idêntica ao original. Para Wiltschko, essa meta demonstra a verdadeira capacidade do modelo de inteligência artificial, garantindo que não se tratasse apenas de ilusões.
Além disso, a Osmo acredita que será possível, no futuro, detectar doenças por meio de cheiros. Embora essa tecnologia não esteja a caminho de se concretizar imediatamente, o progresso é promissor.
Era de Revolução Sensorial
A Osmo está na vanguarda de uma revolução sensorial, prometendo uma nova era na interação entre humanos e máquinas. Ao combinar ciência, tecnologia e a intrigante capacidade do olfato, eles estão prontos para transformar não apenas a forma como percebemos aromas, mas também como usamos essa informação para influenciar a saúde e a felicidade.
Prepare-se para um mundo onde computadores não apenas “ouvem” e “veem”, mas também “cheiram”. Fique atento às inovações da Osmo e veja como a inteligência artificial pode redefinir nossa experiência sensorial!
Foto: Fabrice Poincelet | Onoky | Getty Images
