Uma inteligência artificial (IA) desenvolvida pela OpenAI surpreendeu ao passar no exame de residência médica da USP, atingindo 82% de acertos. O teste, considerado um dos mais difíceis do Brasil, é composto por questões complexas que exigem raciocínio clínico, habilidades de análise e interpretação de imagens. O feito destaca o avanço das IAs em áreas de alta especialização, levantando discussões sobre o papel dessas tecnologias no ensino e nos processos seletivos. Especialistas alertam para questões éticas e desafios futuros no uso da IA.
Evolução do modelo GPT4-o1
A IA, batizada de modelo o1, conseguiu acertar 98 das 120 questões, um desempenho superior ao de muitos candidatos humanos. Isso evidencia o potencial dessas tecnologias para ajudar na educação médica, tornando processos de aprendizado mais eficientes. Ao mesmo tempo, surge a preocupação de que os estudantes possam depender excessivamente das ferramentas tecnológicas, em vez de desenvolver habilidades próprias.
Segundo Matheus Ferreira, especialista em educação médica, o exame da USP exige muito mais que memorização, demandando raciocínios complexos. O sucesso da IA em um contexto tão rigoroso marca um ponto de virada na aplicação de IAs em áreas como a medicina, onde o conhecimento humano é crucial para a prática clínica.
No entanto, as implicações éticas são significativas. A entrada da IA em exames como o de residência médica pode criar uma nova dinâmica no campo educacional. Além disso, a transparência nos algoritmos é essencial para que se compreenda como essas IAs tomam decisões, um ponto importante para garantir a confiança no uso da tecnologia em exames e diagnósticos médicos.