A Klarna reduziu mais de 1.000 funcionários no último ano, em parte devido ao uso de inteligência artificial (IA), e pretende cortar quase 2.000 postos adicionais enquanto se prepara para uma eventual listagem no mercado de ações.
A empresa de “compre agora, pague depois” empregava cerca de 5.000 pessoas nesta mesma época no ano passado, mas diminuiu sua força de trabalho para 3.800. Um porta-voz afirmou que esse número provavelmente cairá para cerca de 2.000 nos próximos anos, sem especificar um prazo exato.
Nos resultados intermediários da Klarna, divulgados na terça-feira, a empresa afirmou que os cortes ocorrem à medida que a IA assume mais funções, permitindo reduzir o número de trabalhadores humanos. A empresa declarou: “Nossas eficiências comprovadas de escala foram aprimoradas pelo nosso investimento em IA, o que reduziu as despesas operacionais e aumentou os lucros brutos.”
A Klarna disse que sua receita média por funcionário aumentou 73% em comparação com o mesmo período do ano passado. A empresa, sediada na Suécia, possui dois escritórios no Reino Unido, em Londres e Manchester, de acordo com seu site, além de dezenas de outros na Europa, Américas, Austrália e Nova Zelândia.
A Klarna não comentou sobre o número de funcionários no Reino Unido, mas indicou que a redução planejada será distribuída de forma uniforme entre seus escritórios. A empresa já utiliza IA extensivamente no atendimento ao cliente, onde estima que seu chatbot realiza o trabalho de 700 funcionários humanos. A Klarna afirmou que a IA reduziu o tempo médio de resolução de problemas de atendimento ao cliente de 11 minutos para dois, mantendo a mesma pontuação de satisfação dos agentes humanos.
A tecnologia também está sendo empregada na área de marketing. A empresa declarou: “Nosso assistente de IA agora também serve como um poderoso assistente de compras, ajudando os consumidores a descobrir e escolher produtos adaptados às suas necessidades, transformando ainda mais a experiência de compra e ajudando-os a economizar tempo e dinheiro.”
Nenhuma das reduções de pessoal ocorreu por meio de demissões, mas sim através do turnover natural de funcionários e de uma pausa nas contratações, anunciada pela empresa no ano passado.
Os resultados intermediários mostraram que a Klarna aumentou sua receita em 27%, alcançando 13,3 bilhões de coroas suecas (£990 milhões), enquanto registrou um lucro ajustado de 673 milhões de coroas, revertendo uma perda de 456 milhões de coroas no ano passado. Isso faz parte de um esforço de recuperação da empresa, que era lucrativa até 2019, mas começou a registrar perdas financeiras em 2020 após uma rápida expansão nos Estados Unidos. Logo em seguida, a empresa viu seu valor estimado despencar entre 2021 e 2022, de 46 bilhões de dólares (cerca de £34,8 bilhões) para apenas 6,7 bilhões de dólares.
Klarna pode também ser listada na bolsa de valores já no próximo ano, de acordo com o CEO Sebastian Siemiatkowski. Ele disse à Reuters que uma oferta pública inicial no próximo ano “parece razoável”, mas que ainda não há planos definitivos. Siemiatkowski mencionou que a empresa pode optar por uma listagem nos Estados Unidos, embora também tenha considerado opções na Europa.
Uma estimativa de avaliação mais recente, feita pelo principal investidor da Klarna, Chrysalis Investments, em julho, indicou que a empresa fintech poderia alcançar uma avaliação entre 15 bilhões e 20 bilhões de dólares em um IPO.
Alex Daniel, repórter de negócios da PA.
Fonte: Yahoo Finance
Foto: Sebastian Siemiatkowski disse que a Klarna estava preenchendo a lacuna entre o mundo físico e o digital (Klarna/PA)
